Na última sexta-feira, quando esteve na região para inaugurar Inspetorias de Defesa Agropecuária (IDA) reformadas, o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze, conversou com o Diário.
Na reta final da safra de grãos de verão, o Estado experimenta, mais uma vez, a entrada da renda do campo em grandes volumes, por conta dos bons resultados da colheita.
Nos últimos dias começou a campanha de vacinação do gado contra a febre aftosa, da qual o Rio Grande do Sul está livre, mas ainda precisa da vacina. Confira abaixo a entrevista.
Diário de Santa Maria Como estão sendo avaliados os resultados desta safra de grãos?
Claudio Fioreze Excelente. O Estado teve um desempenho superior à expectativa, apesar de alguns produtores avaliarem o contrário. Nós usamos os dados da Emater, que considera os dados de colheitas dos últimos cinco anos mais os ganhos com tecnologia, para projetar o que pode ser considerado uma quebra de produção. Algumas pessoas consideram que é quebra quando suas expectativas não se confirmam, mas pode ser que as expectativas não sejam reais. Desde 2005, quando a quebra foi grande, tivemos várias safras boas, e isso reduziu um pouco a oscilação do desempenho da economia gaúcha.
Diário No que esses ganhos têm se refletido?
Fioreze Primeiramente, em investimentos no campo. Os resultados da Expointer e da Expodireto mostram isso: de 2012 a 2013, o montante de negócios da Expointer teve um salto de R$ 56 milhões para R$ 314 milhões apenas em irrigação. Na Expodireto, a evolução foi de R$ 87 milhões para R$ 267 milhões gastos com pivôs. E a repercussão desse investimento a longo prazo ainda é difícil de estimar, mas será grande.
Diário Que medida tem se mostrado mais eficiente ao alavancar o crescimento da agricultura gaúcha?
Fioreze O crédito de longo prazo e com juros subsidiados ao agropecuarista. E o que esperamos que mais vai alavancar para chegarmos à meta de produzir 45 milhões de toneladas de grãos em 10 anos (hoje são cerca de 30 milhões de toneladas) é a irrigação. A ampliação da área irrigada nas lavouras de milho, nas pastagens para gado leiteiro e na soja. É o que deve ter mais impacto.
Diário Além disso, no que mais a secretaria pode contribuir?
Fioreze Em segundo lugar, o fortalecimento das estruturas públicas de pesquisa, extensão rural e defesa sanitária. Neste último ponto, a nossa meta é conquistar o status de Estado livre da aftosa sem a vacinação, como é em Santa Catarina. Hoje, temos que fazer a vacinação e o esforço é por pelo menos repetir a cobertura de 97% alcançada no último ano. A nossa peculiaridade é a nossa grande área de fronteira, mas estamos pensando em uma ação conjunta com o Estado vizinho. Também já contratamos 130 novos fiscais para as inspetorias de defesa agropecuária e queremos ampliar esse número para 270.
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